quarta-feira, 6 de junho de 2012
Amor em paz
Já tive amores que sequer o houveram, ou que se desfizeram em amargo pranto. Conheço essa tristeza, portanto.
Também sei que ela nunca vem sozinha: sempre traz uma dorzinha, que nos maltrata com zelo, minha nossa! Que acaba numa abissal fossa, mas, começa pelo cotovelo.
No entanto, muito pior do que a dor de um amor desfeito é o vazio da falta de amor! Assim, tenham certeza, é melhor remar contra a correnteza do que viver na apatia de um mar em calmaria.
Eu vivi muito tempo entre essa dor e vazio, sem saber que o amor não é uma imposição, nem algo que a gente às vezes sente, depois esquece.
O amor não vem por encomenda, dinheiro, mandinga ou prece. O amor, simplesmente, acontece!
E quando acontece tem que ser alimentado com toda emoção, com cada vital pulsar do coração!
A gente deve agarrá-lo, desfrutá-lo e transformá-lo até aprender que o amor nunca termina, e mesmo quando assim parece, quando menos se espera, de novo germina.
Por isso, entristeço demais ao saber de amantes que não se amam mais; de filhos que sofrem com desamor de seus pais; do que, antes, era perfeito e hoje explode em falhas; da paz que se esvai em dolorosas, por vezes dolosas, batalhas.
Querem a paz? Então, preparem e pratiquem o amor! Pois sua falta é sinistra, é pano de fundo de todos os males que afligem o mundo!
E para não cair na armadilha do costume, sempre é bom um pouco de ciúme. Mas sem exagero, para não entornar o caldo nem estragar o tempero.
Guerra? Só a de corpos ardentes, sem o mínimo pudor, trocando carícias, fazendo amor!
Amor que alucina, envolve; que tudo tira, mas, muito mais, devolve. Porque o amor é uma estrada de duas mãos que, em verdade, são quatro: ora contidas, ora atrevidas. Porque em todo ensejo ele sente desejo, e sabe que mesmo em meio ao maior cansaço sempre há espaço para um beijo e um abraço. Porque o amor também precisa de gentileza, de assentos puxados ou cedidos; de mãos que se toquem, sobre mesa; de trocas, juras e pedidos; de chegar sempre quinze minutos antes, para o encontro a dois, mesmo sabendo que a amada só ficará pronta meia hora depois.
O amor de verdade é assim: nunca se dispersa!
Vive de paixão e, também, de conversa, pois para sua grandeza exige franqueza; despreza intrigas; só tem curtas, curtíssimas, brigas; não faz drama ou cenas. Se basta, apenas. Assim, sacia suas fomes e sedes entre quatro paredes.
Então, nunca, jamais, enganem o amor! Porque a mentira é mortal para o amor, e quando ele morre a gente morre um pouco com ele.
O amor não deve temer, da inveja, os mísseis; tampouco deve temer tempos difíceis, que vêm e vão. Então, o importante é amar! O resto é vão!
Vão amar, portanto! E amar cada vez mais, “porque o amor é a coisa mais triste, quando se desfaz”, já diziam Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Adilson Luiz Gonçalves
Membro da Academia Santista de Letras
Mestre em Educação
Escritor, Engenheiro, Professor Universitário e Compositor
Ouça textos do autor em: www.carosouvintes.org.br (Rádio Ativa / Comportamento)
Caso queira receber gratuitamente os livros digitais: Sobre Almas e Pilhas, Dest’Arte e Claras Visões, basta solicitar pelos e-mails: algbr@ig.com.br e prof_adilson_luiz@yahoo.com.br
Conheça as músicas do autor em: br.youtube.com/adilson59
(13) 97723538
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário