Bem, isso depende de nossas predisposições e de como nós nos empenharemos em construí-lo. E isso deve ser pensado individualmente, porque somos singulares nesse mundo; e coletivamente, pois não estamos sós nele e todo ato tem consequências difusas.
Persistir é importante, mas também é preciso saber o limite das obstinações, para que delas não advenha maior frustração. Mesmo o desencanto, no entanto, é melhor do que a monotonia pacata de uma vida sem aspirações. Quem vive sem elas ou apenas em função dos sonhos de outros pode até sentir a segurança de estar num rebanho. Mas será que sabe realmente para onde vai ou apenas está transferindo a responsabilidade de sua vida para terceiros
O importante é que nossas esperanças não sejam fugas alienantes, mas projetos de conquista da liberdade das muitas escravidões a que somos submetidos para realizar as intenções nem sempre explícitos de outros!
É verdade que essa vontade às vezes é tanta que nos sentimos impotentes diante do que parece uma tarefa impossível. Alguns procuram força adicional recorrendo a promessas, fetiches.
Pular sete ondas! Mas, e onde não tem mar ou rio?
Comer lentilhas! Mas isso não deu sorte a Esaú, que perdeu sua primogenitura para Jacó por um prato delas.
Cada cultura, com fundamento religioso ou não, tem suas fórmulas para atrair bons fluídos ou pleitear benesses divinas, que quase sempre se resumem na mesma coisa: mentalização que não dispensa ação!
Acreditar é básico, só que nem tudo cai do céu. Daí, agir para realizar é o processo em si, embora nossos desejos possam esbarrar nas pretensões de outrem, e nem sempre o merecimento vence esse embate. Mas lutar contra as adversidades é da natureza do ser humano! Cada calmaria nada mais é do que um intervalo entre as muitas batalhas que precisamos travar em busca da felicidade.
Um ano nota dez, qualquer que seja seu número, também é feito de desafios! Nele, só não há lugar para desesperança! E a esperança vem sob forma de desejos próprios e dos sinceros votos dos outros, ainda mais num ano em os votos de todos voltarão a definir nosso futuro coletivo. Eis os meus:
Que 2010 seja um ano de semear boas sementes, mas também de colher infinitas safras de bons frutos! Que o dinheiro ganho honestamente cresça nas contas bancárias, mas sem subir à cabeça! Que haja menos fanatismo e mais fé! Que o que Deus uniu: a humanidade, o ser humano para de separar! Que não descuidemos das próximas gerações! Que não haja obstáculos nas escadas que conduzem ao merecido sucesso, mas que seus degraus não sejam feitos de pessoas justas! Que a vida dos bons seja leve e os leve a felicidades cada vez maiores! Que a vida dos maus os leve ao arrependimento e correção! Que a gente possa ir a todos os lugares do mundo, sem que isso nos torne arrogantes! Que apreciar os bons prazeres do mundo seja motivo de satisfação pessoal e não de ostentação esnobe perante o próximo! Que ricos e políticos tenham consciência de que seu poder vem e depende dos humildes, e passem a respeitá-los, em vez de subjugá-los ou iludi-los! Que os amores sinceros sejam infinitos! Que o ódio e as guerras descansem em paz! Que ninguém pregue a ignorância ou a morte! Que o brilho de uns não ofusque o desenvolvimento dos outros! Que haja trabalho digno para todos! Que o Brasil seja hexa!
São tantos votos que sua somatória poderia ser resumida numa única palavra: utopia! Mas o que impede que nossa vida, família, cidade, estado, país e o próprio mundo sejam ideais?
Cabe a cada um de nós, conscientemente, descobrir, desejar e agir, para transformar.
Feliz 2010!
Adilson Luiz Gonçalves
Mestre em Educação
Escritor, Engenheiro, Professor Universitário e Compositor
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