quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
NEVOU NA MINHA CIDADE!
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Sin perder la identidad
Também havia alguns canais brasileiros, o que serviu para lembrar que somos o único país da América Latina que fala português, em continente de colonização majoritariamente hispânica. Não é a toa que Hollywood insiste em ignorar nossa cultura, talvez por que simplesmente a desconheça, mesmo! No mais, aqui como nos EUA, a extensão territorial é tão gigantesca que não dá para falar numa “cultura” brasileira, pela miscigenação e diferenças entre regiões. O que nos diferencia - como aprendi desde os primeiros tempos de infância escolar - é esse mesmo idioma que nos “distancia” dos países que nos fazem fronteira: o português, falado em todos os cantos do Brasil, com regionalismos, sim, mas sem dialetos.
Talvez esse seja o verdadeiro “Milagre Brasileiro”!
Outro fator ao nosso favor é a índole do brasileiro:
Procuramos ser gentis com os estrangeiros, buscando entender o que falam e, até, falar de forma que entendam, mesmo que a recíproca nem sempre seja verdadeira. Conheço espanhóis que vivem há décadas no Brasil e continuam a falar o idioma de Cervantes como se ainda estivesse em terras de D. Juan Carlos. Ignorância, desprezo ou “lei do menor esforço”?
Talvez nos interpretem mal por essa constante tentativa de entender, explicar, conhecer e congraçar. No entanto, vejo nisso uma virtude que poucos povos do mundo têm: a de assimilar outros idiomas e culturas com uma facilidade marcante, o que nos coloca em posição de “ir para o mundo”: embaixadores da boa vontade!
A essa consciência e expectativa inata soma-se a necessidade profissional, movida a globalização. Assim, todo ano milhares de jovens ingressam em cursos de idiomas, fazem intercâmbio, vão estudar ou fazer estágios linguísticos no exterior. Jovens de um país emergente fazendo “imersão” idiomática pelo mundo afora!
Mas, ainda são poucos os que têm poder aquisitivo para isso, apesar da crescente oferta de bolsas de estudo por merecimento. A possibilidade de conhecer outros idiomas e culturas “in loco” seguramente seria uma semente que renderia bons frutos no solo fértil de mentes brilhantes, contribuindo para fomentar a paz mundial. No chão árido das cabecinhas de “filhinhos de papais”, no entanto, quase sempre só geram afetação, arrogância e esnobismo.
Haveria alternativa para essa imersão cultural, sem sair daqui? Bem, se o corpo e, principalmente, o bolso tem limites, esse não é o caso da mente, em absoluto!
É difícil falar o que segue quando está em pleno debate o aumento do percentual de produções nacionais nos canais pagos. De fato, precisamos de mais e, sobretudo, melhores programas brasileiros! Mas, não podemos ignorar o potencial da televisão como útil instrumento de imersão idiomática e cultural, ou seja, como meio de aprendizagem, embora ainda mal explorado nesse âmbito.
Também é preciso questionar o excesso de programas em inglês, mesmo nos “pacotes” básicos. Além disso, canais em outros idiomas implicam em custos adicionais, que podem torná-los proibitivos, elitistas.
Nesse sentido, a TV a cabo ou via satélite também deveria potencializar o aprendizado de outros idiomas, veiculando ao menos um canal em: francês, espanhol, italiano, árabe, chinês e alemão, por exemplo, mediante convênios com emissoras educativas dos países.
A internet já permite essa possibilidade, mas ainda falta uma abordagem pedagógica e de marketing desse potencial, selecionando e programando de forma atraente, instigadora e motivadora.
Não se trata de perder a identidade nacional, o que tem ocorrido mesmo em produções nacionais. Muitas delas, aliás, têm sido vetores da introdução de modismos estrangeiros de elevado interesse comercial, mas de qualidade moral e artística altamente duvidosa para a formação da juventude.
Não se trata de proibir ou censurar esse tipo de programação, mas de oferecer alternativas de qualidade.
Com a palavra: produtores, operadores, educadores, patrocinadores e, principalmente, legisladores e governantes.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Quatro batalhas
De artista e louco...
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
DE ARTISTA E DE LOUCO
De médico e de louco todo mundo tem um pouco!
Esta expressão está associada à obra de Stevenson, "O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde", que ganhou notoriedade ainda maior quando uma adaptação do cinema mudo escolheu como título "O Médico e o Monstro".
No livro, o cientista criou uma fórmula para separar a razão do instinto, mas, em nome da dramaticidade, associou essa irracionalidade à amoralidade. Assim, esse passou a ser o imaginário da loucura. E os loucos em geral, muitos deles frutos do excesso de racionalidade ou da ação de outros "loucos", passaram a ter um único destino: o hospício! E muitos manicômios ficaram famosos em função disso: "Ficou Pinel!", "Teu lugar é no Juqueri". Até música fizeram: "Brrrrum! Preciso me cuidar, senão eu vou pra Jacarepaguá!". E muitos "loucos" passaram a ser classificados por conveniência:
Rebeldia virou loucura! Protestar contra poderosos também, afinal: "Manda quem pode. Obedece quem tem juízo. "Acesso de loucura" virou atenuante para crimes premeditados, mas ser "louco" também virou desculpa para afastar pessoas "indesejáveis" do convívio social, ou para atenuar os excessos das classes dominantes: "Pobre é louco. Rico é excêntrico". No entanto, o médico Simão Bacamarte, da obra "O Alienista", de Machado de Assis, ao perceber que quatro quintos da cidade eram internos em seu hospício, resolveu soltar todos e trancafiar os considerados "sãos"...
O fato é que, até bem pouco tempo, qualquer distúrbio ou limitação mental, sobretudo nas classes menos favorecidas, tinha como destino certo o manicômio, com direito a procedimentos que, em outras circunstâncias, seriam considerados tortura, desumanidade!
Então, recentemente, fui encarregado da programação de palestras do Rotary Club de Santos-Porto...
Pensei logo em convidar o Arte-Educador Renato di Renzo, que em 1989 revolucionou o Brasil com suas experiências no Hospital Anchieta, criando o Projeto "TAMTAM" (o tambor africano!).
Pensei que seria difícil, mas ele prontamente aceitou o convite, já escolhendo o tema: "TAMTAM: Saúde Mental, Arte e Cidadania".
No dia, ele dispunha de apenas 15 minutos para sua apresentação... Poderia ter falado por horas!
Santista nato, ele confessou estar muito feliz em ali estar porque, passados mais de 20 anos da ação no Anchieta, tornada referência mundial, poucas vezes fora convidado a falar sobre seus projetos em sua cidade natal.
Depois, falou apaixonadamente sobre seus conceitos e crenças, lembrando que a loucura nada mais é do que uma paixão desenfreada, daquelas que quase todos já tivemos; instantes em que convenções perdem seu poder limitador, abrindo espaço para os instintos, quando a criatividade humana atinge seu ápice e a arte se manifesta em estado puro.
Sua proposta no Projeto TAMTAM, hoje transformado em ONG, é de usar manifestações artísticas, que tem seu quê de loucura em relação à realidade, como ponte terapêutica para fazer o caminho inverso, melhorando a qualidade de vida de milhares de pessoas, reintegrando-as à sociedade.
A repercussão dessa proposta foi tão significativa que fundamentou a lei antimanicomial em vigor!
Concluiu com sincera emoção, relatando seus outros projetos de arte-educação e resgate de cidadania, como o "E aí, beleza?", que já levou ao palco do Teatro Coliseu gente que revelou jamais ter sonhado sequer passar diante dele, quanto mais nele atuar. Inclusão social!
Que belo trabalho, Renato! Que doida e contagiante paixão essa de ser louco por arte, pela arte e destarte transformar loucura em arte, auxiliando na cura, sem descartar, isolar ou continuamente dopar seres humanos!
Você mais do que nos provou que de médico, de artista e de louco todos precisamos ter um pouco!
Adilson Luiz Gonçalves
Mestre em Educação
Escritor, Engenheiro, Professor Universitário e Compositor
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
De quatro em quatro...
Tudo leva a crer que ele não está enganado, ainda mais depois da descoberta das reservas de gás e petróleo do “pré-sal”. Por analogia, o país seguiria, no âmbito nacional, caminho semelhante ao da Petrobras, como empresa.
No caso do Brasil, essa previsão de que tal evolução independeria de ações estratégicas, ou seja, seria quase que decorrência de inércia física, levou-me a perguntar: “E se houver iniciativas?”, e ouvir a resposta já esperada: “Imagine, então!”.
Essa euforia permeou e ainda permeia boa parte dos discursos eleitorais, reduzindo ainda mais o espaço para ideologias radicais, tanto que se fala mais em socializar a pobreza, mas em transformar o Brasil num país de classe média! Viva!
Mas meu maior temor, em meio a real expectativa de desenvolvimento que se afigura para o Brasil, não está na capacidade do povo brasileiro de se adaptar às demandas futuras, presentes ou em atraso. Anos de sofrimento tornaram nosso povo modelo de resiliência e superação. Já demos tanta volta por cima que estamos aptos e bem treinados para dar saltos ainda maiores, desde que nos dêem condições para tanto!
Mas nem tudo está em nossas mãos, pois, embora decidamos quem vai legislar e governar, não controlamos seus atos. Nosso voto simples vira “voto de qualidade” em suas mãos, mas não necessariamente para atender aos anseios do povo. Assim, minha maior preocupação não é com a capacidade de nosso país evoluir cientifica, tecnológica e economicamente, mas com a postura da maioria de nossos políticos no que se refere à evolução moral e ética.
Ninguém nega a importância do voto, obrigatório ou não! Mas qual a qualidade desse voto para o povo? Em que medida, de fato, ele vale para mudar algo que não está bom?
Até que ponto certas decisões podem ser tomadas sem um referendo popular? Por que não nos é dado definir algumas coisas de suma importância, como obrigar nossos legisladores ao voto sempre aberto, nominal, para que saibamos se eles cumprem seus votos eleitorais? Por que a transformação de territórios em estados e, depois, sua mutilação em reservas não pode ser definida em plebiscitos?
Mas só podemos apresentar projetos populares - o que dá um enorme trabalho! – ou votar. Mas tem quem vote “em branco” ou nulo, como forma de protesto ou por estar votando e andando para as eleições. Mas nem sempre quem vota num candidato o faz por opção: muitas vezes o faz por falta de opção.
Mas, o pior é que muitos políticos acreditam que os votos que os elegem lhes conferem “carta branca”, inclusive para esquecer promessas de campanha; mas nunca crêem que uma vitória apertada seja um “cartão amarelo” e uma derrota, um “cartão vermelho”. Outros, só pensam nas suas “bases” como suporte, em tempos de eleição, que logo após voltam a ser mero assoalho.
O Brasil vai “bombar”, sim! Mas o fará ainda mais se seu povo tiver cada vez melhores condições de estudo, saúde e trabalho. O céu será o limite, então, quando não precisar mais de assistencialismos e exceções para aprender a ultrapassar cada obstáculo que lhe for apresentado ou imposto apenas por sua competência, mérito e solidariedade!
No entanto, essa condição ideal depende de uma nova consciência nacional e de cidadania, que exige igual comprometimento de quem planeja e dirige o destino do país!
O povo brasileiro quer e merece mais! E nossos políticos têm que respeitar esse desejo, expresso pelo voto, mais do que suas “tradições”, “lealdades” e “ideologias”! Têm que ser ativos e diligentes na concretização desse auspicioso futuro, e não apenas nos quadrienais discursos requentados, deixando os eleitores de joelhos ou “de quatro” nesse entremeio.
Adilson Luiz Gonçalves
Mestre em Educação
Escritor, Engenheiro, Professor Universitário e Compositor
Ouça textos do autor em: www.carosouvintes.org.br (Rádio Ativa)
Leia outros textos do autor e baixe gratuitamente os livros digitais: Sobre Almas e Pilhas e Dest Arte em: www.algbr.hpg.com.br
Conheça as músicas do autor em: br.youtube.com/adilson59
E-mails: algbr@ig.com.br e prof_adilson_luiz@yahoo.com.br
sábado, 2 de outubro de 2010
Voto Limpo
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Os três macacos
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Ridiculous again
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Revés de um parto
quinta-feira, 1 de julho de 2010
ANJOS E DEMÔNIOS
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Entre Braços e Abraços
O curioso é que todos desculparam o gol de Maradona contra a Inglaterra, em 1986...
A única explicação que encontro, nesse caso, é que ninguém perdoa os ingleses pelo título de 1966, que também foi muito parecido com o da Argentina, em 1978. Assim, parece que acharam justo que nuestros hermanos revidassem nas quatro linhas o revés ainda recente da Guerra das Malvinas.
Franceses ou argentinos, não havia muita diferença entre os dois casos, só que é mais fácil ficar ao lado da Irlanda do que a favor da França. No mais, no calor do jogo, bola na mão ou mão na bola sempre pode acontecer e cabe ao árbitro interpretar cada lance. O mesmo vale para as jogadas corpo a corpo e divididas em geral e, nesse âmbito, o jogo Brasil x Costa do Marfim teve um pouco de tudo.
Para começar, não gostei da escalação de arbitragem francesa, afinal, querendo ou não existe uma ligação cultural relativamente forte entre a França e este país africano, que começa com o próprio nome do país Côte d'Ivoire. O desenvolvimento do jogo mostrou que eu não estava de todo errado, pois, principalmente depois do terceiro gol brasileiro, os marfinenses começaram a bater pesado, sem que o árbitro tomasse atitudes mais rígidas. Duas soladas homéricas - uma que tirou o incansável Elano do jogo, de forma alarmante - foram punidas de forma extremamente branda, enquanto Kaká, caçado em campo, foi punido com um amarelo e, depois, numa encenação grotesca do jogador africano, expulso.
Felizmente, já era tarde para uma reação adversária, embora Drogba tenha reduzido.
Por sorte, os franceses também gostam de futebol bonito e, com certeza, o árbitro ficou tão encantado como nós e o público do estádio e mundo inteiro, quando o Fabuloso Luís Fabiano, num lance espetacular, usou a cabeça, dois chapéus, os braços - duas vezes - e toda categoria que Deus lhe deu para marcar um golaço. Ninguém no mundo teria anulado aquela jogada. Seria um pecado mortal!
Ok, seo juiz: ta perdoado por expulsar o Kaká!
Além disso, o Dunga já deveria tê-lo tirado depois do cartão amarelo. Mas isso também não tem problema, pois, já o Brasil já está classificado, Kaká está melhorando tecnicamente, o time está subindo de produção, Nilmar pode entrar no próximo jogo, dando tempo para o camisa 10 evoluir fisicamente e voltar zerado para a próxima fase.
Para tudo dá-se um jeito!
O resultado foi justo e mostrou as duas apostas de Dunga dando resultado, com Kaká tendo sido decisivo e Luís Fabiano marcando dois. Elano marcou mais um, numa belíssima antecipação, antes de ser covardemente solado por um marfinense. Deus queira que ele se recupere rapidamente, pois ele precisa e merece ser titular desse time.
A defesa brasileira continua firme, com um Lúcio que não cansa de nos impressionar e um Júlio César que saiu muito bem, quando preciso, e não teve culpa no gol.
Resumo da ópera: estamos classificados e mostrando um futebol convincente no segundo tempo. Até Felipe Melo não comprometeu!
Bem, agora é esperar o jogo contra o Portugal para tentar consolidar a liderança do grupo.
Estamos fazendo a lição de casa, mas ainda precisamos estudar mais para, na técnica, na garra e, até, no braço, gritar gol e sair para o abraço!
Vamos nessa Brasil!