Tenho, por
hábito, cumprimentar as pessoas quando chego ou saio dos locais de trabalho e
outros ambientes, independentemente delas retribuírem ou não.
Confesso que
fico um pouco frustrado quando alguns viram o rosto, fazendo de conta que não
ouviram nem notaram minha presença; e até me divirto quando alguns se assustam
com a saudação. Via de regra, esses últimos passam a cumprimentar regular e
cordialmente, daí para frente.
Infelizmente, a
prática do cumprimento espontâneo, gratuito, está cada vez mais rara. Em
contrapartida, o cumprimento com segundas intenções está cada vez mais comum e
caro, no sentido da contrapartida!
Dizem que não há
almoço de graça... Pura verdade! Aliás, estão cobrando até pela graça! O que não
é nem um pouco engraçado.
Você atende ao
telefone, para ouvir um alegre e simpático: "Bom dia fulano, como vai!", com uma
intimidade tipo de lista telefônica ou banco de dados, seguida de um falatório
que faria qualquer cantor de ópera perder o fôlego, para ao final, oferecer
serviços que a gente não quer, ou pedir donativos que a gente não pode, regados
a psicologia de segunda - usada até nos fins de semana -, com direito a
constrangimentos e questionamentos sobre nossa inteligência ou amor ao
próximo.
Não é muito
diferente nas ruas:
Volta e meia, um
sorridente "Bom dia!", vem acompanhado da tentativa de venda de revistas,
jornais e religiões de forma até agressiva, psicologicamente, por parte de
alguns "vendedores", também com direito a ameaças nessa e em outras
vidas.
Não é à toa que
algumas pessoas acabam desviando o rosto ou fingindo que não ouvem o
cumprimento. Talvez estejam se protegendo do que vem depois
dele!
Não deveria ser
assim!
Porque um "Bom
dia!", "Boa tarde!" ou "Boa noite!" não podem ser apenas desejos sinceros e
gratuitos?
Nós seríamos
muito melhores. O mundo seria muito melhor!