Não, este texto
nada tem a ver com o livro de Dan Brown! Mas tem muito com o cotidiano, com a
vida que tentamos construir e levar, como os sonhos e pesadelos que sonhamos ou
nos fazem sonhar, dormindo ou acordados.
Todo dia saímos à
rua, para buscar o futuro, esquecer o passado – corrigir seus erros, se possível
– ou, simplesmente, viver o presente. É a uma etapa em nossa jornada que,
sabemos, tem começo, meio e fim, e na qual tentamos contribuir com alguma coisa,
e não ser apenas espectadores passivos ou massa de manobra dos desejos
alheios.
Não é fácil
viver, por mais que nos esforcemos para tanto. Queremos apenas plantar e colher
o fruto de nosso trabalho, regado com nossa esperança. Estudamos, aprendemos e
nos aplicamos para isso, acreditando que crer é suficiente, mesmo sabendo que
nossos esforços nem sempre bastam para enfrentar as forças adversas, muitas
delas invisíveis, que se apresentam no caminho.
Qual seria o
sentido da vida se não acreditássemos nisso? O que nos restaria de humano e
divino se simplesmente aceitássemos seguir sem ter nenhum controle sobre o rumo?
Com tantas
interferências, nossa caminhada pode estar cheia de perigos e ameaças, nem
sempre identificáveis, e que às vezes vêm de onde menos ou nunca se
espera!
Como as
incertezas podem ser bem maiores do que as certezas, pedimos, rezamos e oramos
por proteção divina, para que sejamos livres de todos os males. E mesmo quem não
pede esse tipo de proteção já deve ter sentido que teve algum tipo de proteção,
ou que sofreu algum mal cujo motivo era inexplicável.
Crendo ou não, há
muito mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia,
já dizia Shakespeare. Isso vale para a Dinamarca, como para qualquer ambiente:
escola, trabalho, grupo social, etc.
De onde vem o
divino bem que nos protege do mal que não vemos? De Deus, sem dúvida! Mas Ele
tem seus anjos, alguns dos quais conhecidos como anjos da guarda. Muitas vezes
eles são de carne e osso e exercem o bem ao evitarem que um mal seja perpetrado
contra inocentes, sem que eles saibam quem o articulara. Sua bondade é tão
grande que também alivia o ônus moral e espiritual do maldoso, embora a maioria
destes seja imoral e alguns até se usem o nome de Deus para legitimarem suas
maldades físicas ou psicológicas.
Esses últimos são
os demônios de plantão, em grande parte também humanos, ao menos na forma
orgânica. Eles não precisam possuir corpos para lhes fazerem mal: basta terem
poder externo sobre suas vidas. E o poder nas mãos erradas, sejam elas:
incompetentes, temerárias, orgulhosas, desmioladas ou sádicas pode gerar muito
mal, às vezes travestido de boas intenções, daquelas de que o inferno está
cheio, junto com os bem-intencionados que as tiveram.
Esses anjos da
guarda e demônios de plantão estão em toda parte, travando uma luta diária por
nossas almas: os primeiros sem nada pedir, os últimos tirando tudo o que podem,
mesmo que não precisem. Uns zelando por nosso bem, outros perseguindo e
destruindo, por estupidez ou prazer, transferindo suas culpas, erros e baixeza
para o objeto de sua maldade e ainda alardeando que estão pensando num bem
maior.
Hitler e Stálin
provavelmente pensavam assim...
A nós, pobres
mortais, resta continuar acreditando que podemos, com fé em Deus, remover os
obstáculos que os demônios de plantão, infelizmente cada vez mais poderosos,
motivados, dissimulados e bem organizados nos impõem; e agradecer a doce atenção
e perseverança obstinada dos anjos da guarda que, contra todas as tendências e
facilidades oferecidas pelo mal, persistem em nos proteger.
Que Deus os
abençoe! E a nós também.